domingo, 1 de janeiro de 2012

Martelos nas mãos

"É que Narciso acha feio o que não é espelho"
Caetano Veloso
            A busca frenética, cada vez maior, por um molde físico perfeito é observada na sociedade contemporânea. Assim, o interesse narcísico pelo corpo desejado provoca a alienação do indivíduo a si mesmo, em que a admiração por si demonstra que a estética tornou-se objeto de contemplação. Dessa forma, a ditadura dos espelhos passa a ser um desafio ao Homo sapiens.
            Baseado nisso, é preciso ratificar que esse desejo pela aparência ideal é produto de um contexto pós-industrial, pós-capitalista e pós-moderno, em que se aprende a construir ou buscar um corpo com combinações perfeitas. Contudo, a imagem que se anseia é ilusória e abstrata; coloca a pessoa com uma importância que não possui; faz o indivíduo se incluir em um mundo de prazer que é irreal.
            Por isso, a admiração por si própria revela uma tendência egoísta da humanidade. O corpo torna-se miragem da onipotência estética, em que o indivíduo baseia seu estilo de vida em vitrines, revistas, cinema e televisão. Anti-evolução, esse comportamento – individual ou coletivo; intencional ou não – explicita que a sociedade contempla a aparência e não a essência.
             Assim, o que por essência deveria completar sociedade – a beleza comum a todos – coloca as pessoas em disputa pelo melhor. Dessa forma, o Homo sapiens tem o desafio de saber como lidar com tantos espelhos que o cercam, representado pelo mundo de Narciso.
            A humanidade, portanto, adquiriu a consciência de uma perfeição física que atribui às pessoas uma sensação estética ilusória. E por isso, passa a ser desconfortável viver arrodeado por espelhos que as comparam, necessitando então, desfazer desses péssimos companheiros. Para isso basta que eles sejam quebrados, e que todas as pessoas sejam colocadas em real igualdade.

domingo, 25 de dezembro de 2011

No princípio era o...

Já deve ter alguém pensando: ”Lá vem outro metido a escritor, que não tem nada sério para fazer!”. É verdade, não devo ter o que fazer... mas penso em gastar meu excesso de tempo escrevendo para defender o que penso. Da melhor forma possível.
Não pretendo comentar os melhores tipos de biquínis para usar no verão, nem o que está passando na novela das nove, muito menos se o Corinthians vai ou não ganhar uma “libertadores”! Vamos discutir algo útil, nada para mudar sua vida, apenas para fazer refletir e questionar.
Desde já quero deixar claro que não me responsabilizo por minhas palavras, posso estar inconsciente ao escrevê-las.
 PS.: O nome do blog não tem explicação, aparentemente!